José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola e José Sócrates, Primeiro-Mininstro Português - foto retirada do amadeo.blog
José Eduardo dos Santos e Aníbal Cavaco, Presidente de Portugal - foto retirada de TSF Radio
José Eduardo dos Santos e Aníbal Cavaco, Presidente de Portugal - foto retirada de TSF Radio
Há mais de três meses que não actualizava o blog. Primeiro, por causa do cansaço extremo e da pressão que se exerceu sobre nós no último mês de estada em Angola face às exigências do trabalho que desenvolvíamos; depois porque me saturei da morosidade da internet na colocação de fotografias que antes tinha que seleccionar e reduzir, postar uma a uma, por vezes repetir a postagem porque não era bem sucedida nem à primeira nem à segunda…e já me bastavam outras dificuldades para ainda dedicar alguma paciência exaurida a estas. Em segundo lugar, porque regressei a Portugal para aquilo que eu pensava serem apenas as férias de Natal e afinal a estada tornou-se num «exílio» de três meses em virtude da burocracia consular e da entropia institucional na emissão e envio da papelada necessária para os processos de Visto. Documentos sucessivamente caducos no prazo e na forma: devem endereçar-se à Missão Consular de Angola e não ao Consulado de Angola, como era uso ainda há um mês; pedem-nos novos papéis que antes não eram exigidos, como os certificados e diplomas desde que começámos a estudar – da escola primária aos pós-doutoramentos….vá lá que da creche não se lembram. As alterações e os novos requisitos implicam que os documentos já reunidos se encontrem entretanto datados, como o registo criminal - que tive que solicitar por três vezes, porque o segundo se extraviou na agência que nos trata destas situações – e os contratos de trabalho (e os de promessa também) que tiveram que ser actualizados, enviados de Angola por email para todos nós, assinados por nós, enviados para Luanda, assinados pelo contratador, colocados no correio do aeroporto angolano para o de Lisboa e…durante três dias ninguém soube onde estava o pacote que incluía o alvará da empresa, o Relatório de Contas, novas cartas de chamada, etc….
Agora sim. Amanhã seguem para a empresa subcontratada pela agência para gerir o processo de pedidos de Vistos – Ordinário e de Trabalho – com contactos pessoais com a Embaixada de Angola em Lisboa e com o Consulado de Angola no Porto, porque sem «conhecimentos», nada neste mundo diplomático, neste contexto, funciona e avança.
Vá lá, vá lá….não tenho que ir dormir ao relento para a porta da embaixada em Alcântara – Lisboa, como muitos outros fazem, sem saber ao certo se conseguimos apanhar uma das três senhas para: validar o passaporte, pedir o VO, pedir o VT. E, não conseguindo, que é o mais provável, ser forçada a negociar com algum agiota, melhor dizer, um bizzneiro (de business – negócio – o pior insulto endereçado a alguém na cultura angolana) uma única senha por, pelo menos, 500 euros. Inacreditável.
Portugal acolhe esta semana o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que fica muito bem na fotografia. As notícias proliferam: sobre o aprofundar de relações comerciais luso-angolanas; acerca da criação de um banco comercial misto composto pela Caixa Geral de Depósitos portuguesa e a Sonangol petrolífera angolanas; versando um crédito para investimento em exportações e outros negócios; promovendo a simplificação da concessão de vistos…
Certo e sabido que é a nível diplomático que os Estados plasmam os seus conflitos e ressentimentos e que qualquer aumento de exigência absurda reflecte o comezinho de alguma vingança pelas desilusões provocadas mutuamente.
Disseram-me que o Governo Português exige aos angolanos certificados de conclusão do ensino primário, talvez por causa de eventuais falsificações de diplomas de que foram acusados alguns cidadãos desse país. O que os penaliza pois é difícil conseguir tais documentos quando a escola onde estudaram já não existe porque foi bombardeada na guerra. E, que por isso, o consulado começou também a pedi-los aos tugas.
Tudo isto atrasa, adia, cristaliza….E, psicologicamente, a mim, mergulha-me numa apatia, numa neurastenia….numas brumas….A dissipar até ao final de Março, espero!
Agora sim. Amanhã seguem para a empresa subcontratada pela agência para gerir o processo de pedidos de Vistos – Ordinário e de Trabalho – com contactos pessoais com a Embaixada de Angola em Lisboa e com o Consulado de Angola no Porto, porque sem «conhecimentos», nada neste mundo diplomático, neste contexto, funciona e avança.
Vá lá, vá lá….não tenho que ir dormir ao relento para a porta da embaixada em Alcântara – Lisboa, como muitos outros fazem, sem saber ao certo se conseguimos apanhar uma das três senhas para: validar o passaporte, pedir o VO, pedir o VT. E, não conseguindo, que é o mais provável, ser forçada a negociar com algum agiota, melhor dizer, um bizzneiro (de business – negócio – o pior insulto endereçado a alguém na cultura angolana) uma única senha por, pelo menos, 500 euros. Inacreditável.
Portugal acolhe esta semana o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que fica muito bem na fotografia. As notícias proliferam: sobre o aprofundar de relações comerciais luso-angolanas; acerca da criação de um banco comercial misto composto pela Caixa Geral de Depósitos portuguesa e a Sonangol petrolífera angolanas; versando um crédito para investimento em exportações e outros negócios; promovendo a simplificação da concessão de vistos…
Certo e sabido que é a nível diplomático que os Estados plasmam os seus conflitos e ressentimentos e que qualquer aumento de exigência absurda reflecte o comezinho de alguma vingança pelas desilusões provocadas mutuamente.
Disseram-me que o Governo Português exige aos angolanos certificados de conclusão do ensino primário, talvez por causa de eventuais falsificações de diplomas de que foram acusados alguns cidadãos desse país. O que os penaliza pois é difícil conseguir tais documentos quando a escola onde estudaram já não existe porque foi bombardeada na guerra. E, que por isso, o consulado começou também a pedi-los aos tugas.
Tudo isto atrasa, adia, cristaliza….E, psicologicamente, a mim, mergulha-me numa apatia, numa neurastenia….numas brumas….A dissipar até ao final de Março, espero!
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