domingo, 26 de outubro de 2008

Café Huila, ArtDoce, Kanimambo, Cascata




A existência de um lugar como o Huila Café ou o ArtDoce espanta pela modernidade no estilo decorativo (de interiores) e oferta de comidas e bebidas. É algo de dialéctico, pois nas ruas onde os encontramos, as outras lojas ou residências apresentam fachadas vetustas e os passeios têm as suas lajes levantadas, misturando-se o cimento ou a calçada com a areia e a poeira. O pavimento com o asfalto esburacado e covinhas onde os carros dão cabo das suspensões e da coluna dos passageiros, acompanha sem contraste, a diversidade do estado de conservação do bairro, da cidade do Lubango.
Passamos largas horas no café Huila, mais neste que noutros, porque fica perto do local de trabalho, podemos ir a pé quando nos fartamos de estarmos sentados à mesa e chega a hora de entrar ao serviço, sem depender de boleia do nosso Condutor. Além disso, tem net – Movinet – o que nos permite comunicar, pesquisar mas contingencialmente pois se espera quase 3 horas para mandar um email pelo gmail, e nem pensar em pôr anexos, muito menos em pôr imagens no blog. É escusado, pior que as penas de Tântalo e Sísifo.
Bom, bom no Huila é o menu com pratos como o «Pequeno almoço para quem trabalha», uma declinação do english breakfast sem cereais; os bolos de fatia que nos servem grossíssima - dá para comer metade e levar a outra para mais tarde – a deliciosa mousse de morangos e a voluptuosa mousse de chocolate.
Também há pizzas variadas, uma Tosta Huila com carne que é uma refeição, a Aquecidinha vegetariana, que é uma tosta com vegetais – pedimos ontem para retirar a cebola e juntar ananás e ficou saborosa na mesma…
Acompanhamos, mais eu, com um batido de abacate fresquinho, sumo comercial de goiaba, meia de leite ou café abatanado. E não esquecer a Megasalada de frutas – com a da época – que é realmente servida com variedade e abundância numa taça grande. Serve mesmo de única refeição.
O que custa no café Huila é a espera….Pedimos os pratos e esperamos quase uma hora para que nos chegue à mesa. O atendimento é muito simpático, mas a organização precisa de acertos. E mais, não podemos dividir a conta por pessoa, não conseguem ou o sistema não deixa que se calcule apenas o consumo de uma pessoa; a conta é dada à mesa, depois cada um se esforça mentalmente com as contas da aritmética.
Enquanto o Huila Café tem dois andares, o ArtDoce é mais pequeno, só com uma sala, mas mais luminoso. A sua única banca larga é uma tentação para o olhar com doses individuais de bolinhos de alta cozinha. É mais requintado, mais fino e…mais caro.
Não tem net, mas tem uma tomada para ligar o computador. São ambos óptimos refúgios para quando a energia eléctrica falta em casa ou no trabalho. O indicador de bateria fica repleto, alimentamos o computador e a nossa própria gulodice.
Fazia-nos falta um bocado de açúcar. Mas, agora, já andamos a abusar. O que nos resta, todavia, se não a cedência à tentação para nos compensar das largas temporadas de clausura na casa porque nos faltam meios para nos deslocarmos com autonomia?
Quanto à Kanimambo: só lá fui uma vez puxada pela especialidade promulgada pela blogosfera e conversas de variadas pessoas. Falo do bolo de arroz. Fofo. Derrete-se no palato. Esgota-se logo. Mas há também uma torta de cenoura muito macia e húmida de chorar por mais.
Gostei muito do ambiente da pastelaria Kanimambo: uma aparência de sinais de outros tempos, nostálgica, a sentir-se a saudade de todas as pessoas que pousaram lá ao longo dos anos desde a fundação. Bolos feitos à maneira antiga, das pastelarias vetustas de Lisboa. Sem requintes mas com muito sabor e verdade.
O pessoal é muito simpático e atento, e não se baralha! Perdi a cabeça e trouxe duas caixas de bolos para casa para todos nós. Cada um custa 100 Kz. E ainda se pode fazer encomendas de bolos de aniversário e outras festas.
Apetecia-me gelados, mas não havia porque a máquina está avariada, faltam-lhe peças. Alguém que lhas ofereça. É preciso manter o prestígio da casa.
Ainda não fui à Cascata, mas já me disseram que é menos interessante como café, parecendo mais tasca. Contaram-me do balcão à cervejaria e de estar também a abarrotar de bolos. Tenho que lá ir para ver por mim. Empiricamente.

1 comentário:

DelMor disse...

Este post encheu-me de saudades do Lubango e fez o meu estomago sentir-se vazio.