quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Meninos lindos de Angola





Em Luanda não vi ou não me lembro porque o tempo que lá estive, dois dias, ficou escamoteado na minha memória em virtude das vicissitudes da adaptação.
No Lubango vejo: todos os dias os meninos lindos de Angola a irem e a virem da escola agarrando uma cadeirinha de plástico do seu tamanho, mais a sacola. Para se poderem sentar a ouvir a lição. Todos os dias. De todas as cores.
E os que não vão ouvir o professor ou a professora a ensinar a contar, a ler e a escrever, ficam nas bermas dos passeios empoeirados, a cheirar a fruta que as mães vendem, a brincar às lutas uns com os outros, a verem os carros – de Hummers a lambretas sem faróis – a passar, sempre a passar em direcção a algo, a parar num engarrafamento porque uma rua está cortada.
Cheiro a gasolina e cheiro a terra. E os polícias sinaleiros, firmes e raramente aflitos, vestígios de outros tempos, sempre os mesmos no cruzamento do bairro Lucrécia.
Há sempre muitos meninos ao pé de uma cisterna, com uma manivela por onde muita gente puxa água. E lojas em musseques, que distinguimos de casas comuns porque têm desenhos com risco certo a indicar, mesmo com a imagem concreta, que se vende pão ou um corte de cabelo, sorvetes ou se concerta um pneu.
Artistas…

2 comentários:

Anónimo disse...

É um filme colorido com fundo a preto e branco de realidades que por vezes esquecemos.Se os meninos de cá soubessem que ir á escola aí é um previlégio!...

Anónimo disse...

lindo!!!!
estou sempre a espera de chegar do trabalho para vir ler as tuas cronicas de aventura.são simpesmente divinais!
babo-me só de descreveres todas as coisa. Olhalá?não precisam ai de uma empregada de limpesa?lol lol
jinhos da amiga cristina