segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Tundavala 2





Se, e quando morrer, quero tombar na Tundavala, pairando como um falcão. Sibilou forte; ouvimos o roçar farfalhudo das penas, desassossegando o nosso espírito. Atrás dele, voando com as asas largas da mente...flutuar como nos sonhos...quase a certeza da eternidade nos nossos poros, o auto-convencimento de que nos suspenderíamos no vazio e não haveria queda, tal é a profundidade destas alturas, deste fim de mundo, de terra....
Ar....leveza...éter...Totem. O ectoplasma a derramar-se do corpo, sem fim, sem limites na borda desta ravina, deste precipício, do abismo mais alto e longínquo que até agora vi.
Muito para ver ainda que não vou cair já, pois tenho um contrapeso na imaginação. Para novos limiares, é claro. A vida é incessante.

1 comentário:

Anónimo disse...

E agarra-se a nós essa imagem assustadora e magnífica.
Relato tão real e rico que lhe sinto a atmosfera e os cheiros ...