terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sinfonia de Trovoadas



Já me tinham falado do cheiro da terra molhada em África. Incomparável. Agora já sei. Nada resiste a este barulho da chuva. Nem os outros sons, abafa-os. Só ouço o estrépito do meu coração avassalado pela força dos elementos. Pus tango a tocar, uma Milonga Triste para a contradança desta sinfonia de trovoadas e relâmpagos.
Tudo parou, actividades «empresariais» suspensas porque chove dentro da sala e ninguém se ouve entre si.
E agora, quando é que posso ir buscar uma garrafa de água à Sodispal? Estou com sede e ainda um pouco agoniada dos solavancos do passeio de sábado à Tundavala. Fica para outra mensagem.
Todos os outros fugiram da chuva e eu ainda fui lá para fora 30 segundos, para depois me escapulir também porque apanhei com toda a poeira levantada e tive receio de entrar em transe e ir viajar para o céu agarrada na cauda de um raio.
Apetecia-me descalçar-me, até porque os sapatos abertos de nada protegem e invadir o terreiro de jacarandás cercano. Depois, como é que ia trabalhar a pingar água e lama?

Sem comentários: