terça-feira, 14 de outubro de 2008

Maboc e Luengo




A que sabem as frutas? No Lubango, dizem-nos que só para Novembro é que a fruta abundará. Nos supermercados, agora, só encontramos da importada. Na rua, há nacional, posta em cestinhos em cima de pedras ou mesinhas periclitantes e apregoadas por vendedeiras com os filhos segurados em lenços às costas. Mais que maduras por causa do sol. Mas nós não compramos porque receamos os preços para Tugas. Vamos pedir aos nossos amigos angolanos para fazerem as compras nos circuitos tradicionais assim que recebermos. Vamos dar quase uma pensão.
Sinto necessidade de fruta. Anteontem pedi a chamada Megasalada de frutas do Café Huila, uma enorme taça colorida com cubos de mamão, abacate, triângulos de ananás e rodelas de morango ou pedaços da fruta que houver na altura. Custa 450 kz mas vale a pena pela diversidade, colorido e suculência.
Sem açúcar!
Maboc e Luengo, comprei a uma vendedora de rua em Luanda. A primeira é esférica, casca lisa, cor grená. Abre-se com um golpe de faca e, com a língua e os dentes arrancam-se os alvéolos de semente com uma carne alaranjada à volta e a sangrar de um sumo amarelo agridoce e fresco. Parecido com o maracujá mas de sabor mais cheio. A segunda, é semelhante a uma ameixa oblonga de pele roxa aveludada. Quase um abrunho, mas mais denso e espesso no recheio, também uma mescla de doce e amargo. A pele, de preferência, rasga-se para se atingir a polpa, e não se come porque é ácida.
E faltam mais frutas para provar. Sinto-me nos pomares do Eden.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pescas no mar imenso das lembranças de tempos antigos.Leio os teus escritos e desde logo se desenroscam do seu casulo tantos episódios que julgava esquecidos.E enquanto falavas dos frutos da terra, lembrava-me das trepadeiras de maracujá no topo da rua onde vivi, a rua Coronel Galhardo.A meio das brincadeiras lá íamos matar a sede chupando o sumo da fruta directamente dela.
E quem seria este Coronel Galhardo?