quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Eleições em Angola


Há uns dias atrás fiquei emocionada, afectiva e intelectualmente, e exprimi essa comoção, verbalmente, aos meus «clientes». Passemos aos factos: assisti, presenciei uma eleição para votar um representante de grupo dos meus clientes.
Teve direito a tudo: um auto-denominado e consentido presidente de mesa de voto, ajudantes no «recenseamento» dos indigitados, na contagem comparativa de votos perante o número de eleitores. Ainda: um «maestro» para iniciar o debate, impor um ponto de ordem, aceitar os propostos.
Incluiu um discurso de apresentação do processo eleitoral, uma defesa do acto cívico, uma rememoração dos tempos difíceis vividos recentemente, estagnados entre a guerrilha e a luta política.
Logo a seguir à verificação dos resultados, a satisfação do eleito a agradecer a confiança nele depositada.
Antes, o colectivo definiu e estabeleceu as qualidades humanas e técnicas a deter pela pessoa que merecesse representar os interesses da comunidade no papel exigido.
Assim foi, e dessa maneira se demonstrou um aprendizado colhido nos dilemas da autoridade, do poder e do reconhecimento.
E eu, que antigamente elegia, na maior barafunda de gritos e provocações, o meu candidato de braço no ar. E quando, daquela vez, me aceitei para o mesmo lugar contive a vaidade e o orgulho com um sorriso recolhidamente radioso, mas nada interactivo!

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