terça-feira, 14 de outubro de 2008

Falta de Luz






Algo a que nos habituamos mas não resvala na nossa indiferença. Instala-se um sentimento de urgência e precipitação. Olha-se com mais frequência para o indicador de bateria dos computadores, sob pena de nos distrairmos e perdemos trabalho porque não o gravámos.
Lanterninha ao lado para subirmos para o quarto sem bater em nada ou sem pisar algo repugnante: uma barata…brrrr.
Está sempre a faltar a luz, por minutos ou por horas em diferentes momentos do dia e da noite. Quando não há luz, não há água porque ainda não se comprou o gerador. Sem gerador não se puxa água.
Sem luz, sem água, as actividades «empresariais» cessam. Com pena minha que até debaixo de um imbondeiro, sob a sua sombra e roubando-lhe os seus saborosos frutos, trabalharia. Outras formas de percepção que não se coadunam com as exigências de imagem de uma instituição e com as expectativas de bom serviço por parte dos seus clientes.
Os frutos do imbondeiro chamam-se Mucua. São pequenos gomos triangulares secos de cor branca, com uma textura macia que envolve uma pequena semente redonda. Deixamo-los a derreter, enrolados na língua, amaciando-se gradualmente num gosto de citrino.
Pode-se fazer gelado de múcua. Ainda não fiz, nem provei. Comprei-os no caminho para a Serra da Leba a um rapazito meio desnudo de olhos intensos e cansados.

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